Colado no retrovisor do Vale do Silício
O Brasil está mais próximo do Vale do Silício do que parece e entender isso faz muita diferença.
Você não leu esse título errado. Eu realmente acredito que estamos muito mais perto do que imagina-se. Meu esforço é incentivar você a pensar da mesma forma.
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O choque mais forte que tapa na cara
Ir ao Vale, andar de bike sobre a Golden Gate Bridge em San Francisco, contemplar aquele edifício gigantesco da Salesforce e seu apoteótico Roof Garden, fazer compras na Amazon Go, subir no mirante da Apple e ver seu Apple Park realmente dá um grande choque.
É por isso que praticamente todos que conhecem essa região voltam tão encantados.
Junto a isso, ainda temos eletrônicos custando de 2 a 4x menos, roupas por 20% do preço no Brasil, fastfoods custando 1/3 e a segurança de andar na rua de madrugada sem medo de encostarem a mão em você.
Acredito que é exatamente por essa coleção de motivos que praticamente todo mundo que vai a San Francisco e ao Vale voltam tão deslumbrados. E com boas razões!
Não sabendo que era impossível, foram lá e fizeram
Depois do choque, vem um certo inconformismo porque apesar das incontestáveis diferenças, acredite se quiser, estamos diminuindo velozmente o gap entre o Vale e o país.
Os unicórnios se multiplicam por aqui (salvo engano já passamos 16 e só ano passado foram 5).
Além dos IPOs se multiplicando, temos visto muitos pôneicórnios e diversas aquisições.
O “segmento” SaaS é alucinante. Tem muita startup crescendo muito com seus bons modelos de recorrência.
Estamos cada vez mais globais. Nunca vimos tantas startups expandindo e vendendo para o mundo todo.
O ambiente está cada vez mais maduro. Empreendedores que erraram duas, três vezes, acertando em cheio nos seus novos empreendimentos.
As aceleradoras estão muito mais experimentadas e finalmente apresentam os primeiros bons resultados.
Prédios inteiros dedicados ao desenvolvimento de startups. E em várias cidades diferentes, como Recife, Belo Horizonte e, claro, São Paulo.
Uma geração de “novos” empreendedores também estão colocando dinheiro em fundos e surgem cada vez mais investidores e empresas fazendo seus M&A’s.
Os eventos de grande porte crescem e amadurecem. Do Trakto Marketing Show em Maceió, passando pelo FIRE em BH, com ponte no CASE em SP fechando a conta com o RD Summit em Floripa. Isso porque eu não dou conta de citar todos, pois são muitos.
Algo diferente está acontecendo aqui e, pra mim, a próxima onda será um tsunami.
A principal diferença: dinheiro, muito dinheiro
A máquina do Vale do Silício é muito mais redonda e madura porque com os constantes exits (falei disso quando abordei os pôneicórnios), sempre tem dezenas de milhões de dólares correndo pela cidade. E isso realmente faz muita diferença.
Essa questão da circulação “fácil” do dinheiro é tão forte que investidores se engalfinham para conseguir investir em alguma startup do Y Combinator, por exemplo.
O Brasil ainda é um país fechado comercialmente, possui muita burocracia, impostos exorbitantes para investidores e outros problemas que acabam afastando essa circulação de dinheiro.
Ao mesmo tempo, é importante destacar que muita coisa está mudando por aqui.
Começou com a permissão de pequenas empresas e pessoas físicas poderem ofertar crédito no mercado, com a chegada do Open Banking, o MP da liberdade econômica, entre outras iniciativas positivas para vermos mais dinheiro (e mais barato) circular no mercado.
O Inova Simples também promete diminuir consideravelmente a burocracia para abrir e fechar empresas.
Eu pessoalmente acredito que quanto mais caminharmos para menos burocracia (regras do jogo mais simples e claras), menos impostos cobrados do jeito errado, o resultado será MUITO mais dinheiro injetado na economia país.
Olha a onda chegando!
Dicas do que fazer e onde visitar
Ao final desse bloco, deixei um link com um mapa cheio de sugestões. É só clicar e acessar. Antes disso, meu conselho é pra lá de simples: Sinta a cidade. Ande muito. Experimente as coisas, teste. Vivencie. Isso, pra mim, fez muita diferença.
Por exemplo, pedir algo de comer no Eatsa, por meio de um totem e a comida aparecer pronta num “lockerzinho”. Sem bípedes, só eu e a máquina. A mesma coisa com o CofeX, onde um braço robótico prepara e te serve o café.
Na AmazonGo, é possível entrar e sair sem caixas, sejam máquinas, sejam humanos.
Já na região do Vale do Silício, temos a B8ta cheia de hardwares “futurísticos” e o Computer History Museum. Se for ao Vale com tempo, experimente ambos.
Faz diferença usar Lift e perceber que ele tem coisas melhores que o Uber, conseguir andar de Skip ou JUMP por toda a cidade tranquilamente. Você pode alugar um Tesla pelo app GetAround e experimentar dirigir um você mesmo.
São lugares e experiências que te ajudam a “sentir” a cidade.
PS: Agora que terminei de escrever essas dicas, percebi que elas soam um pouco clichês. Mas vale a pena, pode confiar :)
Várias outras dicas: Eu fiz um mapa com um monte de dicas de lugares, startups, compras, etc. Só clicar aqui, beleza?
PS: Enquanto turista farofeiro de BH, recomendo o passeio (de JUMP mesmo) na Golden Gate e a visita a Alcatraz. Vale o tempo e o dinheiro.
Leituras recomendadas da semana
Li esse artigo sobre o futuro do mercado de patinetes. Tema importante que adianta algumas discussões a respeito aqui no Brasil.
Dizem que este é o melhor conselho que Paul Graham já deu no Y Combinator. Será?
Eu acredito que uma grande onda está chegando. Maior que qualquer uma que já vimos por aqui.
Encerro por aqui com minha pranchinha na mão preparado para surfar o tsunami que já vem dobrando a esquina!
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